Troca-se tudo:
- criado-mudo e seu recheio de cartas superadas,
flores secas, novenas mal-sucedidas,
receitas para emagrecer;
- colchão gasto do lado direito;
- instrumento que só toca dó maior;
- natureza-morta,
onde frutas se combinam nostálgicas
sobre toalha xadrez;
- campainha que soa apenas quando não se espera
e nunca anuncia quem se quer;
- pilhas de revistas que insinuam
que o mundo já foi melhor;
- livros que é preciso ter,
mas que nunca foram lidos;
- bibelôs que empoeiraram olhando coisa alguma;
- terço incompleto, que perdeu seu Deus final.
Aceita-se em troca,
pequena pipa de papel-de-seda,
que voe alto o bastante para enxergar a terra azul,
que seja capaz de romper nuvens,
bolinar sonhos,
driblar tempestades e beber fantasias.
Feito o trato, o proprietário assinará documento,
garantindo o caráter irrevogável da transação.
Esse deve ser emitido em seu próprio nome:
Passado.
Flora Figueiredo (Amor a céu Aberto)
.............
domingo, 1 de janeiro de 2012
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Muito lindo, Estela ! Interessante poema...
ResponderExcluirBeijoooooooooo
Hola Stella, pasaba a leer tus bonitas letras.
ResponderExcluirque tengas feliz fin de semana.
un abrazo.
Lindo e interessante...adorei!
ResponderExcluirabraço
Este poema é maravilhoso Estela. Vejo um passado, sempre presente. "Terço incompleto que perdeu seu Deus final".Perfeito. LINDO. BJS.Uma linda noite pra você.
ResponderExcluirAdorei o poema Estela,
ResponderExcluirMuito bom mesmo,
Meu abraço carinhoso,
Dalinha