
Andar à toa é coisa de ave.
Meu avô andava à toa.
Não prestava pra quase nunca.
Mas sabia o nome dos ventos
E todos os assobios para chamar passarinhos.
Certas pombas tomavam ele por telhado e passavam
as tardes freqüentando o seu ombro.
Falava coisas pouco sisudas que fora escolhido para
ser uma árvore.
Lírios o meditavam.
Meu avô era tomado por leso porque de manhã dava
bom-dia aos sapos, ao sol, às águas.
Só tinha receio de amanhecer normal.
Penso que ele era provedor de poesia como as aves
e os lírios do campo.
Manoel de Barros – do livro Ensaios Fotográficos
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Tenho um selinho, sem regras, para você, no Blog ARCO - IRIS ENCANTADO.
ResponderExcluirBeijo.
Jacque
Belo, belo, belíssimo. Bjs
ResponderExcluirAmo Manoel de Barros e tenho problemas com isso porque o amo demais.
ResponderExcluirÉ tão gostoso amá-lo e tê-lo por perto de mim.A poesia posta à mesa em pratos dourados de nada em copos de ilusão.
Sempre sem pretensão posso encontrá-lo no sopro do vento enlaçando a nuvem em comovente namoro,num baile a céu azul.Jorrando em água de festa em acordes de seresta fazendo brotar lírios meditativos naquele agreste sertão.
Este espaço simplesmente contagia em fartura de inspiração.
Beijos,
Cris
Estela
ResponderExcluirEste espaço é bom demais... poesia é o alimento da alma.
Tem selo "Leve-me com você" na lateral do blog, ok?
Bjssss