No armário do meu quarto escondo de tempo e traça meu vestido estampado em fundo preto.
É de seda macia desenhada em campânulas vermelhas à ponta de longas hastes delicadas.
Eu o quis com paixão e o vesti como um rito, meu vestido de amante.
Ficou meu cheiro nele, meu sonho, meu corpo ido.
É só tocá-lo, volatiza-se a memória guardada:
eu estou no cinema e deixo que segurem minha mão.
De tempo e traça meu vestido me guarda
Adélia Prado
OBS.
Esta poesia com este vestido lindo foi publicada, originalmente no meu outro blog FACEIRICE, em maio de 2009. Mas ao escrever o nome da artista, errei por um pequeno detalhe, troquei uma letra: O nome correto é Andrea Stajan-Ferkul (com "l" e não "t", no Ferkul).
Portanto amigos, peço que, caso o queiram levar, façam essa correção, pois o nome da pessoa é muito importante.
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